Os atuais padrões de beleza estão criando idéias erradas do que é ser saudável. Todos sabem disso, mas quase ninguém consegue deixar de ser influenciado por uma mídia voraz que apresenta corpos artificialmente esculturais como se fossem o reflexo da normalidade.
Basta olhar ao seu redor, em qualquer classe social: quantas pessoas você vê andando nas ruas ou que participam de seu ciclo de amizades que apresentam corpos saudáveis? Ou, pior ainda, que são esculturais? Com certeza, poucas. O mundo atual incita ao imediatismo ao invés da busca diária e constante de hábitos alimentares e de preparo físico adequados. E, definitivamente, quem sofre mais com essa postura é o sexo feminino.
Que mulher não gostaria de perder uns quilinhos sem muito esforço? De preferência, se pudesse tomar um medicamento “natural” que diminuísse a fome e fizesse emagrecer rapidamente (mesmo que fosse só para caber naquele lindo vestido para a festa da próxima semana).
Pois bem, a indústria farmacêutica não vê a hora de encontrar o elixir da beleza para garantir seus bilhões de dólares de forma segura e por período indefinido. Já se perecebe pelo meu comentário que tal droga mágica ainda não existe. Porém, são inúmeras as “fórmulas” de emagrecimento fácil propagadas pela TV e por revistas não-científicas, que se dizem especializadas em beleza.
Procurando um pouco mais sobre as últimas novidades divulgadas por tais meios de comunicação e que estão sendo efetivamente estudadas por pesquisadores, me deparei com o 5HTP (sigla para 5-hidroxi-triptofano). Trata-se de uma molécula derivada de um aminoácido essencial chamado Triptofano, que é precursor de um neurotransmissor (molécula que participa das comunicações cerebrais) conhecido pelo público em geral por sua relação com o bem-estar, a serotonina (a base dos anti-depressivos). Extraído da Griffonia simplicifolia, legume originário do oeste da África, o 5HTP tem um poder considerável em tirar aquela fome incontrolável e vem sendo usado com relativo sucesso nos EUA como suplemento alimentar (vale lembrar que a sociedade americana é a maior consumidora de produtos farmacêuticos e suas regras de vigilância são bem diferentes das nossas).
Basicamente, esta substância tem a capacidade de influenciar minimamente o centro da saciedade, aliviando a ansiedade do apetite descontrolado, além de promover certo bem-estar, ou seja, você comeria menos e mesmo assim ficaria mais feliz. Seus resultados, segundo textos científicos provenientes de algumas Universidades da Europa, América do Norte e Austrália, parecem ser positivos no tratamento da obesidade aliado à prática alimentar adequada e de exercícios físicos (sim, não é mágica), bem como da depressão em alguns casos.
Porém, suas interações medicamentosas ainda não estão totalmente elucidadas e um médico especialista deve ser SEMPRE consultado para se evitar efeitos colaterais importantes durante seu consumo. A administração em pacientes grávidas não é recomendada e, pessoas com quadro depressivo, obesos e diabéticos devem se informar bastante sobre a utilização da droga, já que os benefícios devem ser colocados na balança, analisando-se cuidadosamente o quadro metabólico de cada indivíduo. Assim, nem pense em se auto-medicar, pois o tiro pode sair pela culatra.
O medicamento ainda não está disponível no Brasil e é indicado apenas como um auxiliar na busca por uma vida mais saudável. Novamente, não deixe que o imediatismo do mundo atual influencie decisivamente no seu estilo e em sua qualidade de vida. Fórmulas mágicas não existem e sua saúde, no fim das contas, sempre dependerá de seu cuidado próprio e da consciência de que bons hábitos são insubstituíveis e permanentes.
Por Mauricio De Angelo Andrade