
Aconteceu no início do mês passado o Congresso da Academia Americana de Dermatologia e entre várias novidades apresentadas uma das que mais chamaram atenção foram as novas alternativas para tratamento do melasma (demorei para escrever sobre o assunto porque fui atrás dos produtos para vocês, como não pude ir no Congresso não queria só dar um copy-paste no texto da SBD como muitos blogs fizeram por ai…)
As manchas escuras na pele são uma das queixas estéticas mais comuns. Algumas pessoas acreditam até que uma pele manchada dá mais aparência de envelhecimento do que uma pele enrugada. E se para rugas existem uma série de tratamentos eficientes e rápidos, para manchas as alternativas são bem menores. Os tratamentos em geral são super demorados, tem que ter muita disciplina e o resultado nem sempre é aquele esperado.
Segundo o site da SBD (sociedade brasileira de dermatologia) foram apresentados 2 novos tratamentos para Melasma. No primeiro, “a promessa está numa enzima chamada lignina peroxidase. A proposta é um produto em forma de creme que age quebrando a melanina (responsável pela pigmentação da pele) sem causar toxicidade. O produto pode ser usado duas vezes ao dia, inclusive em grávidas, sem causar irritação ou efeitos colaterais como os do acido retinóico e hidroquinona. A promessa é uma pele mais clara e com aparência mais homogênea após um mês de uso diário”.
Fui atrás dessa novidade para saber da sua disponibilidade no Brasil. Aqui, como no resto do mundo, o produto só estará disponível por enquanto nos consultórios de dermatologistas e nas clínicas de estética (não sei como é que as pessoas vão conseguir passar duas vezes ao dia dessa maneira…). O nome comercial é Ellure. O princípio ativo, que foi patenteado com o nome de Melanozyme, é derivado de cogumelos e mostrou boa tolerância na pele humana com baixo percentual de irritação. Ele atua de uma maneira diferente dos clareadores tradicionais porque efetivamente destrói a melanina da pele, enquanto os outros diminuem a sua produção. É por isso que os resultados são mais rápidos. Claro que se a pessoa deixar de usar o produto e tomar Sol a melanina continua a ser produzida e as manchas retornam em cerca de 3 semanas. Nesse site tem uma explicação bem boa (em inglês) com uma entrevista com um dos desenvolvedores da novidade . O produto foi aprovado pelo FDA.

A segunda novidade, segundo o site da SBD “é um sistema de clareamento com 3 produtos: um limpador, um produto contendo a decapeptídeo e um creme à base acido glicólico para facilitar a penetração. O decapeptídeo atua inibindo a tirosinase, enzima responsável pela produção de melanina. Nas pesquisas realizadas “in vitro” o decapeptídeo mostrou-se 17 vezes mais potente que a hidroquinona, sendo mais seguro também.” Esse produto atende pelo nome comercial de Lumixyl , foi desenvolvido na Universidade de Stanford, também foi aprovado pelo FDA e ainda não está disponível no Brasil. Os estudos compararam o produto com a hidroquinona a 2% (o que não é lá muito justo porque a hidroquinona normalmente é formulada a 4%) e demonstraram melhores resultados com menos efeitos colaterais, essa melhora não foi quantificada e eles alegam que estão ainda fazendos testes confirmatórios. Os testes in vitro, segundo o site do próprio Lumixyl disseram que o produto foi 5.5 vezes (e não 17 vezes mais potente que a hidroquinona…) mas testes in vitro não necessariamente se confirmam in vivo, ou seja, na nossa pele.
Os resultados podem ser vistos a partir de 2 meses de tratamento, também duas vezes ao dia. O dermocosmético pode ser comprado nos EUA e não é necessário prescrição médica, já que não é considerado um medicamento. O preço é salgado. O kit completo (com 4 produtos: o clareador, o filtro solar, o sabonete e o peeling de ácido glicólico sai por US$ 273, se quiser só o clareador fica em US$ 120,00)
Resumindo: são novidades promissoras, mas ainda pouco disponíveis e muito caras. Mas como a queixa é grande no mundo todo, tem muita gente pesquisando e tentando descobrir o produto ideal que seja “o botox das manchas”afinal todo mundo quer ganhar dimdim, não é mesmo?
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